Já lá vão oito anos desde que João Paulo Pedrosa, até então padeiro e pasteleiro, soube que tinha um tumor cerebral. Uma cirurgia permitiu que lhe fosse retirado metade, mas não a totalidade “porque está junto a uma veia muito importante na fonte”.
Durante um ano recebeu baixa médica, mas mandaram-no voltar ao serviço. Não conseguiu voltar à vida ativa, dada a quantidade de medicamentos que toma diariamente e à impossibilidade de suportar o barulho das máquinas, como contou ao Jornal de Notícias.
Em 2009, começou a receber o Rendimento Social de Inserção, que não ultrapassa os 178 euros. Deixou de pagar renda de casa, cancelou os serviços de água e luz para poder comer. Atualmente, toma banho no balneário público e almoça no Centro Social Bom Pastor, Gaia.
Ao Jornal de Notícias contou que pediu a reforma por invalidez, mas que das duas vezes que foi chamado a uma junta médica foi considerado apto para trabalhar, ainda que um atestado médico diga o contrário.
São barbaridades desumanas que acontecem a centenas e centenas de doentes neste Portugal que vão morrendo aos bocados, calados e sem dar nas vistas.